segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Vesano sonho





Concebi  exausto uma  face em mim perdida
Eis que estou ébrio por tamanha felicidade
A não beber mais em devaneios e rancor
Deixarei pegadas de sangue e ferocidade

Para que eu possa ouvir teu coração a palpitar
Sorrirei a destruir teus desejos mais nocivos
Desejando a sentir de perto teu fôlego
Lagrimas escorrendo por ódio alusivo

Voluptoso a  te levar em insanos desejos
Sendo tua tormenta te acariciando
Serei teu simplório inferno e a tua dor
Vetusto anjo te iludibriando

Sentindo em minha pele suor ácido
Hoje eu sou vazio e agonia em licor
Me vejo aquecido pelas minhas ânsias
Palavras ao vento de um velho amador 

 Michael Torres

Último inverno



Seria a tua presença eterna
E o impacto da tua figura
Uma sugestão à insanidade
Se afogando em pura ternura?


Seria ainda o teu pensamento
Envolto em dor e nostalgia
Sinônimo ao meu interior
Macerado e morto em agonia?


O luto imperador e massivo,
Linha tênue em aurora forma,
E à bela musa prateada
Singelo temor a custo deforma.


O último inverno ainda existe
Cravado completamente em meu ser,
Envolto em quimeras perdidas
Almejando não mais se perder.

Thiago Grande

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Tributo

Este poema foi escrito por um grande amigo meu:   Michael Torres
Pelo contexto e pelos fatos do mesmo eu tive a ideia de fazer uma resposta à ele, falei com o autor e ele gostou da ideia. Resolvi postar ambos os dois aqui para saber a opinião de todos.
Na sequência seguem o poema e sua resposta...


Canto do alcion


Por anos almejei reencontrá-la
Sendo guiado apenas por amor em meu coração
Mas quase destruido por amargura
Saudades, lamúria e pura aflição...

Quantas vezes debrucei em prantos
Sonhando com o dia que voltasse pra mim
Por não tê-la em meus braços
Para que tudo viesse a ser normal enfim.

Mas em um dia qualquer como outro
Meu coração me disse para ir te buscar
Antes que fosse tarde demais
Antes que meus olhos comecem a sangrar...

Parti...

Antes do por do sol
Caiu a noite, minh'alma em chamas
Coração convicto
Qua por ti clama!

Me disseram que tinhas ido para outra cidade
Segui atentamente os passos teus
E em solidão decepcionado, minha vida em calamidades
Não sei se seus olhos querem reencontrar os meus.

Ontem encontrei uma pessoa que me falou de ti
Felicidade brota em meu coração
Me disse que sabia onde tu moravas
Lancei jornada, mesmo a temer que seja ficção...

Chegando vi uma mulher,
Não era você...

Conversamos muito, e ela me entregou uma carta
E me disse o local de sua morada
Lágrimas escorreram por minha face
Lamento semi-eterno, dor que eu esperava

Entrei no carro e voltei para casa
Estava exausto, iria te ver no dia seguinte
Já que esperei vários anos, um dia não faria diferença
Meus sentimentos me perturbarão, mas não fará sentença.

Cheguei, este é o endereço que a mulher me dera...

Apesar de tudo, é um prazer revê-la
Conversei muito tempo com você
Voltei vários outros dias
Sempre a conversar

Infelizmente hoje é o último dia que venho
Deixei um presente para você
Várias flores, as suas favoritas
Coloquei em seu túmulo...

Sentirei saudades, amor!
Adeus...

Michael Torres


Resposta...


Carta satisfatória


Meu amor...

Se esta carta estiver lendo
Provavelmente já estou apodrecendo
À sete palmos, num alvo caixão
Tentei antecipadamente avisar
Mas não consegui aguentar
E deixei esta carta por precaução.

Sai antes mesmo de me sentar à mesa
Pois desejava lhe fazer uma surpresa,
Eu estava animada, sem nenhum desalento
Para mim era um dia ditoso
Pois iria comprar algo valioso...
As alianças para o nosso casamento!

Escolhi as mais belas da joalheria
Pois sei que lhe agradaria
E de lá saí descontraida.
Atravessando a rua em devaneios
Um carro desgovernado e sem freios
Atirou-me no chão quase sem vida...

Em um hospital eu acordei
Cai em prantos pois não acreditei
Era o fim de nosso sonho fraternal...
Eu em um quarto morrendo
E você nem estava sabendo
De nosso trágico final.

O único desejo que arde no peito meu
É deixar este mundo com um beijo seu
Assim eu passaria feliz toda a eternidade...
Mas esperar eu não aguentarei
E pela eternidade triste eu vagarei
Sem nenhuma centelha de felicidade!

Agora despeço-me com um buraco no peito
Espero que me perdoe por ter sido desse jeito
Ja sinto falta do calor dos braços teus...
Partindo, aflitamente o teu nome eu chamo
Para que nunca se esqueça que mais do que tudo eu te amo
Sentirei saudades amor... adeus! 
Thiago Grande

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Enterro de uma quimera





Sobre as sentinelas da floresta negra
Se deita o brilho da musa prateada
Acariciando as gélidas folhas,
Formando um lustre de linhas na escuridão.

Perseguida pelos soldados reluzentes

Do então imponente astro draconiano,
Ofegante aos pés das gigantescas estátuas,
Ela foge palpitante e abatida.


Ecoa o estalar das folhas secas
Sendo esmagadas por entre a floresta

Juntamente com o grunhido dos predadores
E o ranger de dentes afiados e sedentos.

Vai ao chão a frágil donzela,
Em meio às tuas vestes de seda,
E ao aroma de noite e sangue
Entregando-se à ventura.

Sentiu mil agulhas atravessando sua carne
E o seu vestido enxarcar-se de sangue,
Sonhos e ilusões escorrem por entre as vestes
Restando apenas seu olhar sem vida.





Thiago Grande

Ventos de Lamúria







Quando simples canto de passaro me acordar
Levantarei em furia por tua presença
Tu me causas odio em pensar
Em lagunas, meu coração se enche de lamuria


Por tua preesença..


Ei de correr aos mais altos montes
Para que nosso destinado destino
Não forme espirais de lagrimas
Para que minh'alm para de sangrar
Cessando meu triste lamentar


Por tua presença...


Eu sou simplorio odio e dor
Derramado ao rio, misturado ao ar
Em intenso ardor..


Va embora para que meu futuro venha se irisar
Como a primavera cala o inverno
Como o sorriso cala o choro
Deste pesadelo irei acordar


Va embora tua presença me enoja
Presença agoniante e tempestuosa
Va embora...



Michael Torres

Origem




I

Um raio perdido no horizonte
Perambula lânguido, porque caiu?
Deleita-se em pecúlios ilusórios
Inebriado e lastimado fecha-se.

Uma estrela nasce nos céus
Com brilho doce e inerente
Instiga e reluz sutil chama
Eclipsando o próprio astro leonino.

Arrastando-se por terra, raízes e minérios
O filho de Zeus segue míope
Macerado e rasgado por miragens
Torna-se lúgubre e denso

Profunda ramificação suga teu ser
O maldito sobe à superfície por caule liso e espinhoso
Expandindo ou retraindo-se através desta quimera
Adquire auto-observação e crítica.

II

Centelho do infinito arqueja-me
Seduz frenética cobiça
Transpira evolução e magnitude
Gerando obsessões ludibriadoras.

O ágil crava-se na terra
E alcança superfícies reveladoras
Floresce e descobre lucidez
Ou paixão à realidade astróloga

Fascínio lhe percorre os brotos
De doce e bela seiva apreciada

Expressa teu fervor em aromas divinos,

Aquecendo a intensidade...

Ligação sutil se incendeia
Torna-se plena e coberta de razão
Consome toda sua sanidade
Percorre suas veias contraditoriamente.

Imediatamente entendem sua existência
Voltando juntos à sua origem
Não fosse a queda e a dúvida
Estariam ainda se corroendo...



Thiago Grande

Ninnevy



Espero que o vento, leve o aroma de meus desejos
E que amanha essa magoa não exista mais
Que tudo volte a ser como antes
Porque você sempre esteve presente


Tudo não passou de um pesadelo
E nem a dolência de não te ter aqui
Também não existiu...


Lembra, Tu me disse que nunca me deixaria
Que sempre estaria ao meu lado..
Você prometeu.



Que agonia em mim, e doloroso viver sem você
Saber que nunca mais te verei
Que a cada dia eu padeço sem você
Mais se eu morro pouco a pouco
Pouco a pouco eu estou mais perto de ti...

Deixo-te essas flores.. Como faço todos os anos..

Amo-te... Sempre e sempre.



Michael Torres